terça-feira, 9 de outubro de 2012

Mente do Revisor, ou Mentimos Nós?



De fato, onde hão corrompidos, fatalmente se terão corruptores. Somente houve a existência de um crime (consumado) contra uma vida, se há uma morte. Ou fora, sobra o acidente ou o suicídio...nada mais na ocorrência. Sem qualquer outra possibilidade! ...talvez não ... talvez sob a anuência de vírgulas e pontos... se encontre o inesperado!

Existem diversas mentiras, mas há apenas uma verdade. Se encontram inúmeras versões, porém somente um fato. E isto é fato!

Moveremos pontos e vírgulas para afirmar que “jamais existiram nos autos do processo do mensalão provas contundentes da compra de votos”, quando por todos esses anos, vimos em alguns interrogatórios, a confissão que teriam aceito tais acordos? Se esquecer de réus confessos é uma possibilidade? Pode ser...

Esta possibilidade exige um trabalho mais que Hercúleo quando nos deparamos com o fato, de que, o responsável pelas finanças do partido/quadrilha jamais teve acesso aos políticos e a bancada, cabendo ao mesmo, em situação lógica, de prover a viabilidade dos agentes negociadores políticos em terem subsídios para acordos sempre favoráveis. Haja vírgulas e pontos para incriminar apenas este!!!

Como dar um reverso a isso? Como fazer parecer que apenas um homem sem acesso as lideranças políticas e as bancadas, pudesse promover um mundo de possibilidade em compras de diversos outros crimes, tendo como básico o da compra de votos de todo um congresso???

Mais: Como este único homem conseguiria desviar sozinho, ou com dois comparsas (que seja), um vulto do montante já anunciado de dinheiro público usado em tal crime de corrupção?

Fora esses exemplos, existe um universo de outros que se aqui fossem citados, tomaríamos o tamanho do texto a altura do processo dos mensaleiros. Mas por esses já basta.

Por esses poucos, mas contundentes, tomamos noção do tamanho do trabalho que alguém tem em mover pontos e vírgulas, para formar uma nova ordem de entendimento, mesmo que esta não se consiga calcar em nenhum fato!

...Ou vai dizer que é trabalho fácil convencer que há corrompidos sem o concurso de corruptores? Ou mesmo que sem qualquer tipo de acesso ou possibilidade, um, com a força do pensamento, conseguiu corromper dezenas (Apenas os que foram pegos!) e até centenas no universo de todo um congresso?? Não, não é nada fácil.

Mas, mais difícil que isso, é ter a coragem de jogar seu nome na lama. É passar a figurar em cenário nacional (vc, seus filhos, mulher...até netos!) como aquele que ferrenhamente, distorceu fatos lógicos e inegáveis para poder contornar um crime tão vil, carragando-o a algo que seja apenas um erro de compreensão!

Se vencedor nesta tarefa, conseguirá a façanha de ter condenado alguns pelo crime, porém absolvido outros sob o argumento de que o crime jamais aconteceu. Se vencido, figurará como garoto de recados, ou boy de tarefas. E levará alguns consigo.

...

O jurídico brasileiro ficou reconhecido no entendimento...ou melhor, na certificação de que muitos (maioria absoluta!) incorrem na linha de, em ação profissional, promover a impunidade, ao invés de defender um direito ou requerer um dever no estrito da lei.

O STF vem através de tal ação/processo, certificar ou retificar este tipo de posição/comportamento em seu meio, e em sí próprio. Torcemos para que vença a dignidade, a moral e o senso profissional.

...se não, mentimos nós.

 
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