quarta-feira, 18 de junho de 2008

Notícia X Reportagem

Três rapazes são detidos por militares do exército, por desacato e comportamento irregular. Esses militares estão presente no local (morro) para promover a segurança e garantir que traficantes, que antes mandavam no local, não voltem mais a dominar o perímetro. Os rapazes foram detidos e soltos. Apareceram mortos horas depois.

A divulgação da notícia se dá na seguinte forma: “Militares prenderam três rapazes e os entregaram a grupo rival horas depois. Os rapazes apareceram mortos.”

Certas afirmações ou termos dizem mais do que o necessário a quem quer ver.

“Grupos rivais”??? Rivais de quem? Do exército?

Se eram rivais de um grupo de traficantes, traficantes tambèm eram, mas de outra facção! Se é esta afirmação existente (e é!), entende-se, mesmo sem ter sido divulgado, que foram detidos mas não permaneceram presos por falta de provas...soltos, foram catados por seus rivais...ou esta história ta muito mal contada na forma em que foi divulgada, ou esses repórteres de hoje, tanto o quanto seus leitores, são perfeitos imbecis! De uma ou outra, as duas sentenças são verdadeiras!

Quem é que vai dar crédito a uma história tão mal contada e desencontrada, tanto o quanto, quem é que pode contar uma história tão estapafúrdia?

Mais ainda, como é que toda uma sociedade pode agora, em base nesta história, estar levantando a hipótese de se retirar o exército do local, permitindo assim a volta do domínio de traficantes?

È simples: Um grupo de militares prende alguns suspeitos e, supostamente o entregam posteriormente ao um grupo rival ao dos presos, que os matam. Este fato levanta uma séria discussão, que é a necessidade ou não, da presença do exército para garantir a segurança local. Conclusão: Se há envolvimento ou não desses do exército, nao importa, pois o que importa é que deixem os traficantes voltarem para que outros traficantes não morram pelas mãos dos militares, ou com a permissividade desses, com envolvimento ou não. Fora exército e viva traficantes!

Ou vemos coisas demais e somos verdadeiros doidos, ou a imbecilidade chegou a patamares “nunca antes vistos”. Tanto de um lado, quanto de outro. De quem escreve, para quem lê.

Que diabos de imprensa é esta a que temos?

 
IP