quinta-feira, 17 de abril de 2008

O “Q” do “QI” de Quem Indica

Cabocla reflete e bem o que seja ou não o QI. Na verdade, a novela Cabloca reflete o resultado da ausência de toda a esperteza que fundamenta a corrupção e o desvio dos verdadeiros sentidos que os valores tem. A novela, reprisada a tarde, vem sendo esticada a uma hora de duração em cada capítulo, justamente pelos resultados que obteve e que ainda obtêm...e engraçado é que não enxergam. Não enxergam ou é mais conveniente fingir não ver?

Uma novela que se valeu de atores novatos, oriundos do teatro e cinema, sem os vícios do “padrão global”. Com uma abertura admirável, digna de receber o mérito de melhor abertura (deveria ter recebido), a mais criativa e artística feita até hoje. Uma trilha sonora sem igual...com musicas realmente gostosas, que envolvem o clima de cada personagem ou cena.Com uma história simples, mas rica. Um argumento perfeito, desenvolvido com extremo senso profissional e grande competência, tanto pelo autor, como por diretor, equipe técnica e todos os atores e atrizes. Foi simplesmente perfeita!

E o é pelo que? Por não haver aquela atriz que começa uma frase dizendo “não,...”. Coisa que exemplifica uma tendência de sentimento desprovido de autenticidade. É como se todas tivessem saído do mesmo molde...nada original. E assim como este “não” que antecede todas as frases, existe aquele sorriso de deslumbramento exagerado pela vida, como se tudo fosse desconhecido, desconcertante...em uma atuação pra lá de artificial. Isso sem falar de quem representa vários personagens com o mesmo jeito de sempre..o mesmo jeito de sorrir, a mesma fala..os mesmos tiques...e são dados como monstros da arte de atuar. Nesta novela nada disso houve ou esteve presente.

Sabe aquela novela com garotinhas novinhas, mocinhas, do elenco jovem, que querem mas não conseguem passar outra imagem ou sensação, senão a de ser uma “modelo” fazendo força pra tentar convencer na frente das cameras? Aquelas em que nada consegue estar acima de seus orgulhos e vaidade...??? Pois é..neste elenco, nenhuma assim!

Da um prazer inenarrável ver Tony Ramos representando, ver Patrícia Pillar dar uma show...Danton Melo, Malvino Salvador (antes de ser contaminado pelo “Padrão Global”) e todos os outros.

Mas veja, o elenco por si só já se mostra como não estando no clima do “Quem Indica”...foram buscar valores verdadeiros no teatro e no cinema. Gente de suar a camisa para compor um verdadeiro personagem. Chamaram outros atores experientes que nunca entraram nessas indicações ou grupinhos, pelo senso e vida que levam, pelos valores que tem...Pelas suas originalidades.

Totalmente fora do padrão em que já acostumamos em ver nesta emissora, não há aquela atrizinha que namora tal diretor, ou a mais badalada ou badalado (pra não dizer outra coisa, né? Fica mais elegante falar “badalados”). Não tem o cheiro da novela das sete, sempre mostrando os “comedores das cachorras”, que na verdade mais estão para os “otários de mulheres”. Os tipinhos metidinhos a macho, mas que sabemos que de macho, ali corre longe...! As atrizes com seus jeitinhos “não-me-toque”, de “artistas”, ou gente superior, que estão sempre acima, a frente...mas que os resultados na vida mostram estarem sempre atrás.

Nem o cheiro das novelas das seis, que mais parecem laboratórios do que se pode aproveitar “por fora”...

Não há o padrão do horário nobre, de fazer engolir gente que trabalha mal, muito mal, nos papéis secundários...onde vemos e sabemos claramente que existem mil profissionais de periferia que fariam milagres onde nem existe sequer talento...mecânicos, repetitivos, cansativos e tomando lugar onde outros poderiam desenvolver e alcançar muito mais..mas o QI daqueles que se aproveitam dos que querem este lugar a todo custo, é mais forte que o êxito profissional e conseqüente futuro permeado de êxito e reconhecimento!

E neste rastro vai afundando toda uma empresa...

“Q” de Queda, acompanhado do “I” de Incondicional!

“Q” de Quem, e “I” de Indica.

Cabocla não teve QI, mas ninguém vê isso...ou vêem?

É como o exemplo dos concursos que são exaustivamente mexidos, e promovem a entrada no mercado de gente indicada...filhinhos-de-papai e apadrinhados, sem qualquer capacidade para o que quer que seja! É como as estatais que abrigam gente desqualificada, totalmente sem senso, que lá estão, ou foram colocados única e exclusivamente pelo poder e salário astronômico, com direito de repasse em dizimo ao partido político onipresente, o partido dos corruPTos. É como os peritos do caso Isabela...É como todos os serviços e setores que o governo nos oferece, assim como a Saúde, a Segurança, a Educação...todos no QI da Corrupção.

E agora, mais que nunca, do QI das centrais sindicais e do corporativismo. Ou deveríamos dizer: dos covardes?

Será que o “QI” caberia tão bem em “corruPTos” quanto o “PT”?

Deve existir uma palavra que consiga unir as quatro letras...

 
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