sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Quanto Mais Ainda Teremos Que Esperar?


Por vez, urge que venhamos a ler algo leve. Necessário que tenhamos um sorriso ou apenas o divertimento, mas quem lê poemas estando no inferno? Quem admira a cena de um campo esturricado, pós incêndio?

Difícil para qualquer inocente, gente honesta, conviver com feras trancafiadas em uma cela, ou presídio. Difícil sorrir ao lado de monstros.

Tarefa das mais árduas, estar sorrindo com alguém que sobrevive da vida infantil que perece nas filas de hospitais abandonados, onde suas verbas tem estacionamento certo nos bolsos dos sorridentes. Ultrajante ver com olhos mansos o crescimento de gente miúda, já trilhando o idiotismo por conta de uma educação marginalizada pela corruPTção dos sorridentes.

Esses mesmos sorridentes que lhe viram o rosto, para mirar nos olhos e afirmar: “Hoje estamos por cima, e sabemos ser difícil a dor-de-cotovelo por estarmos no comando!”. E vermos incrédulos, o quanto esta gente pode ser vil, desonesta, má, covarde e perversa.

Mas, mais difícil ainda é olhar para cima, para o céu, e tentar encontrar base crédula em algo maior...algo maior que ainda permita que feras deste tipo continuem sobrevivendo de gente frágil e mansa.

Já se passaram dois mil anos. Quantos mais ainda serão dados as feras?


...mas, na verdade, se Pessoa de tal grandeza morreu na cruz, quem somos nós para querer findar em cama quente?

O grande problema está, não no singular, mas sim no querer plural, por todos!

Afinal de contas, do que se entende o fraternal?

 
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