sábado, 15 de março de 2008

Infração e Inflação

Muita gente no País deve conjugar o verbo infringir, mas poucas podem com o verbo inflar... ainda.

A situação nos EUA é simples de entender, e pode ser resumida da seguinte forma: O mercado mais próspero ficou desequilibrado, quando foi vendido mais do se poderia saldar. E por uma situação complexa de salvar a valorização do produto, se desestabilizou a empresa ou quem acreditou no produto, atravancando e também atravancando o mercado, refletindo em toda a economia.

Economia se traduz por equilíbrio, e equilíbrio que se estende pelas várias nuances de todo o mercado econômico/social.

No Brasil, espera-se o reflexo deste desequilíbrio, que se estende na maior economia do mercado mundial...e como vivemos num mundo globalizado...

Fala-se de uma inflação que ta vindo, mas essas coisas não avisam em chegada. Na década de 70 e 80 tínhamos um índice inflacionário absurdo, onde se podia comprar apenas o que fosse imprescindível. Queimou a televisão? Então teremos de enfrentar um crédito absurdo, pagando três vezes o valor normalmente cobrado à vista...mas fazer o que, né?

Na década de 90, tomando medidas mais sérias e mais conscientes de suas responsabilidades, conseguiram segurar a economia, estabilizar e dar um sentido mais sólido ao País. Fernando Henrique Cardoso teve o mérito, sendo Ministro da Economia, de ter feito esta façanha. Por ela se tornou Presidente. Não bom Presidente, mas se tornou.

Hoje temos um louco correndo em praça pública, com uma garrafa de aguardente nas mãos, gritando a todo o vapor que é a oitava maravilha do mundo. Que nunca na história do mundo houve alguém como ele, e que tenha feito as façanhas que fez e faz. Enquanto corre (viaja!) se esquece da limpeza da praça, de pedir esmolas, de comer e dar de comer a seus filhos jogados num canto da praça. Se esquece que a praça esta ficando cada vez mais quebrada e escura, que a violência ali vem num crescendo assustador...que a praça esta acabando! Mas continua correndo como se nada disso fosse Real!

Tomaram os aposentados inadvertidamente, os enganando num crédito (com desconto em folha) concedido exclusivamente ao BMG (aquele mesmo banco envolvido com o valerioduto e mensalão) e por ele oferecido. Hoje, depois de muitas compras, muitos aposentados não tem como saldar suas dívidas, ou melhor, não tem mais como receber seu salário. Depois de ter explorado bem o mercado com a concessão inexplicável do governo ao BMG, esta covardia foi estendida a todos os outros bancos.

Liberaram o crédito facilitado com desconto em folha (inclusive sem comprovação de renda) fazendo, ou produzindo um aumento de consumo inédito. Se compra de tudo e quanto mais supérfluo, melhor! Explosão de consumo, perigo de aumento de produtos e...desmedida entre o poder aquisitivo e a oferta de valor real, ditado pela concorrência. Conjunto a isso tudo, um valor de encargos e impostos absurdos. Crédito a ser saldado, vontade e costume de comprar e obrigação com encargos absurdos, que nunca baixam, só aumentam...

...não há como se sair bem nisso!

Ta chegando? Eu acho que já chegou, mas ainda ta debaixo da lona do circo milionário. O dia que as reservas acabarem, a realidade vai se mostrar e não vai ser nada agradável.

...e o louco continua correndo em praça pública, bêbedo, torpe e mais sujo que antes, mas como se nada estivesse acontecendo. Gritando incessantemente que todo o resultado de um trabalho de anos (de bem antes dele), é mérito dele. Única e exclusivamente dele!

 
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