terça-feira, 13 de novembro de 2007

Recuperando o irrecuperável


Há poucos anos atrás vi um programa estrangeiro de recuperação de criminosos que me espantou! Não era um projeto ou trabalho desses profissionais ligados a sempre boa e conveniente teoria, mas sim um projeto de efeito na prática! O programa mostrava este sistema em fase final de esperimento, mas que já estava sendo implantado de forma definitiva e gradativa.

Contava com um grupo de seis criminosos. Cinco assassinos e um assaltante. Um se destacava pela truculência, frieza e total falta de sentimentos ou remorso. Jamais ria ou esboçava qualquer expressão que não fosse de desprezo e seriedade. Os outros até conversavam e sorriam...este nunca!

Estavam cumprindo pena no presídio em suas celas, e uma hora por dia tinham de conversar com um psicólogo. Nessas sessões, este psicólogo mostrava-lhes fotos de assassinatos, da brutalidade física, a vida e características da pessoa assassinada, sua família antes e depois do assassínio. A uma certa altura dessas sessões, quando sentia os sentimentos começando a aflorar em questão da responsabilidade do fato, mostrava-lhes as fotos de sua vítima, a vida que tinha antes, sua história e...os familiares, a mulher em desamparo, a vida dura que passou a ter sozinha, os filhos...!!! Não teve um que não chorasse desesperadamente e se via claramente o arrependimento pelo que fizera.

O momento maior deste documentário foi quando chegou a vez do truculento, o insensível ficava sempre impassível diante de tudo que lhe era mostrado ou explanado, mas, na sessão em que viu o que fez a outra pessoa, a sua vítima, a violência corporal nas fotos do necrotério, as fitas gravadas com o desespero da mulher, o que tinha acontecido com ela e a delinqüência que os filhos de sua vítima estavam entrando...e novamente o desespero da mulher por não conseguir sozinha segurar toda aquela situação...e ao ver tudo o que tinha gerado com o seu ato, ele começou a gritar para afastar aquilo dele, que ele não queria mais ver nada. Mas o psicólogo friamente segurou ele e mostrou, bem na sua cara, as fotos com os resultados do que ele tinha feito a outro. No final, disse a ele friamente que duvidava de que ele novamente viria a fazer isso com outras pessoas, que viria retornar a levar desgraça a vida de tantas outras pessoas por tão pouco...o cara realmente ficou louco, caiu no chão e desandou a chorar compulsivamente, sem parar! Após isso, se vê ele, tempos depois, já conversando e até rindo, se dando bem com o psicólogo e aceitando a ajuda.

È muito fácil fazer alguma coisa e depois sair do cenário, sem ter conhecimento do que gerou com seu ato. O tratamento se consiste justamente nisso, trazer ao culpado as conseqüências de seu ato.

Duvido, duvido que alguém que passe por isso, volte a cometer crimes por motivos tão pequenos. E ainda duvido de cometer algum outro por mais que tenha sido justificado ou em provocação! Isso sim é um sistema de RECUPERAÇÃO descente, inteligente e de efeito.

No Brasil, no mínimo, com tanta gente passando fome, uma colônia agricula seria o mais óbvio em termos de se tentar recuperar alguém da marginalidade, ou seja, vai trabalhar para consertar o mal que fez a outros na sociedade, no mínimo, trabalhando para prover comida aos que não tem como comprá-la.

Mas ao invés disso, fica-se em uma cela descansando, se toma banho de sol, se joga, vê TV, lê, conversa...FÉRIAS!

...direitos humanos!

Pernambuco, um dos seis que seqüestraram, estupraram continuamente por cinco dias uma adolescente de dezesseis anos e depois a mataram com diversas facadas, foi condenado em júri popular a 110 anos de reclusão, mas como no Brasil a pena maior, por lei, só pode chegar a 30 anos... e com liberdade condicional, com um sexto de cumprimento, em cinco anos vai estar em liberdade depois dessas férias. Na ficha do indivíduo há diversas outras acusações de estupro, ou seja, faz parte da sua história ser um covarde criminoso e agora, assassino...essas férias vão realmente recuperar este ser, e de lá vai sair um exemplo de ser humano, ou vai fazer na cadeia até pior do que fez aqui fora, mas agora contra menores e mais fracos?

Serão cinco anos de preparo para voltar pior do que já era!

A sociedade tem a obrigação, em todos os sentidos, de tentar recuperar os que cometem crimes, mas com toda certeza, não dando férias a eles com custo elevado a toda a sociedade, e não só financeiramente!

É olhando isso, e olhando juizes, desembargadores e afins, aqueles que exigem o respeito que não temos como ter, aqueles que exigem serem chamados de doutores, é que entendemos como este sistema ta apodrecido!

Pense bem antes de opinar contra, pois daqui a alguns anos você pode se tornar vítima da própria opinião! Somos NÓS as vítimas dessas pessoas incompetentes que estudam para se tornar “doutores”, e dos que se elegem apenas para retirar do estado seus infinitos e enormes ganhos, e que estão fazendo a desgraça até mesmo da vida dos próprios filhos. Quantos deles já não perderam filhos e parentes nas mãos desses mesmos que ajudaram a piorar?

Mais covarde que um criminoso tem sido o estado e essas pessoas apodrecidas!

Não seria tão difícil mudar, mesmo que minimamente, mas se esbarra sempre no orgulho desses Senhores da Verdade! São tão capazes e competentes, tão merecedores de respeito e reconhecimento ao trabalho, que vemos os resultados de suas “capacidade” olhando os exemplos acima citados...e não mudam nunca!

 
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